Notas não tão soltas assim

Como a história se repete! Quando julgamos ter finalmente chegado a um período tranquilo de interlúdio e estagnação, eis que a Terra volta a girar a um ritmo absolutamente frenético, guiada por um turbilhão de tensões no seu epicentro. E por isso, não caíamos na ingenuidade de pôr de parte, nesta ou na próxima geração, a ocorrência de uma grande guerra como as do passado, sobre as quais se contam hoje histórias e recitam poemas.

Por falar no passado, muito tenho ponderado sobre qual deve ser o papel das boas recordações na vida de uma pessoa: devemos visitá-las frequentemente sem recear a sua banalização ou mantê-las guardadas num cantinho especial da nossa memória para lembranças raras mas com significado?

De significado, tem esta frase do Mike Bloomberg muito: “you can be smarter than me, but you can’t work harder”. Uma vénia a quem não é um ás a matemática nem possui o raciocínio apurado de quem chega sempre primeiro à lógica da piada rebuscada mas, através de uma capacidade pouco habitual de autoanálise e com trabalho – não necessariamente no contexto laboral, mas numa óptica de preparação estratégica de modo a estar astutamente um passo à frente dos mais capazes em matéria intelectual e em perspicácia –, consegue singrar no mercado de trabalho altamente competitivo dos nossos dias.

O que está na moda nos nossos dias é criticar o referendo (por reduzir questões complexas a um sim ou a um não) e o papel do povo (por o utilizar como voto de protesto) na sua culminação. Mas que alternativas oferecem os inúmeros críticos para decidir questões onde o poder executivo ou parlamentar se configura inadequado? Se por um lado não consigo conceber a necessidade de referendar um acordo de paz, por outro não consigo imaginar como um primeiro-ministro ou umas dezenas de deputados – ainda que eleitos - poderiam decidir algo tão premente para a vida diária do cidadão comum como a saída do maior bloco sócio-político-económico do planeta. Soluções? Não sei, não disse que as tinha.

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