Co-post Odisseu & Danyel



Odisseu:

Recebi esta mensagem chatíssima no outro dia…Nem a pus completa para não vos massar...

Começo pela minha opinião ainda sem a fundamentar: creio que este tipo de mensagens vêm do mal. Esta vontade de assustar, de saturar, de horrorizar para se conseguir algo.

Eu percebo a intenção por trás da mensagem, o fim é o que importa que é o interpelar à oração. Questiono-me no entanto se não estará aqui em uso a mesma técnica utilizada pelos malfeitores - a velha máxima, o fim justifica os meios? Uma narrativa onde se exageram os factos, desprezando-se a razão, a reflexão e a meditação saudável.

Não haja duvida, escolhem uma mensagem com pouco espaço para a argumentação.

Alguém podia indicar que ha mais pessoas que se suicidam que aquelas que morrem em guerras ou em ataques terroristas, por exemplo.

Os problemas mentais são, esses sim, uma preocupação crescente - as depressões, os esgotamentos e por aí em diante - não estarão estes bombardeamentos de mensagens alarmantes na origem de tais problemas?

Passo a palavra a um Cohen.

Danyel:

​Recebi uma mensagem-corrente
Um malandro estratagema certamente
Para angariar mais gente
Com notícia que atormente​.

​Mas o que pretende afinal o autor?

Acredito que sejam nobres as suas intenções, pois a ocultação da sua identidade implica que não advenha nenhum ganho em termos de reconhecimento ou prestígio.  Parece-me uma preocupação genuína, ainda que com uma falta de discernimento na forma de a expressar ou veicular.

Mas assim sendo, porque são estas mensagens tão... desprezíveis?

Seremos nós o problema?

Nós que consultamos sem paciência a nossa caixa de entrada, varrendo impiedosamente mensagens para o spam e ignorando outras de entes queridos.

Nós que vivemos a um ritmo alucinante, numa sociedade em constante transformação, sem parar sequer para pensar porque é que dizemos 'com licença' após um espirro.

Nós que não temos capacidade de empatia com o autor bem-intencionado de uma mensagem corrente.

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