O sal pode salvar vidas e o ambiente. Eis porquê.

Em 2015 um rapaz do Minnesota decidiu criar uma sanduíche feito com ingredientes 100% naturais, vindos directamente da matéria-prima. O processo durou cerca de seis meses e gastou um total de 1500 Dólares.

 O canal How To Make Everything publicou um resumo do processo de criação da sanduíche (em cima), como também um documentário dividido em vários vídeos, cada um a falar sobre a forma como o autor obteve cada ingrediente. O quinto vídeo, a falar sobre o sal, deixou-me com uma ideia.


Num mundo em que estamos completamente divididos em relação às alterações climáticas, dívidas públicas e criação de empregos, uma coisa é certa: o mar está a subir, e depressa. Como de momento não conseguimos resolver o problema do degelo por causa do aumento do consumo do carvão e do petróleo, podemos tratar de outros dois assuntos igualmente alarmantes: secas e incêndios. As árvores são abatidas, a erva morre, os desertos avançam. Existem várias iniciativas para impedir o avanço destes, como a Muralha Verde (uma iniciativa que, ao contrário do muro do México, devia ser do interesse de todos os países), mas existe um factor necessário para o impedimento da desertificação e de incêndios: precipitação.
Vejo o vídeo de How To Make Everything uma oportunidade para salinas de vários países de criarem actividades para convidarem pessoas a produzirem o seu próprio sal. 97% da água em todo o mundo é salgada, um recurso quase inesgotável; convidando, por exemplo, 20 pessoas, cada uma com um garrafão de 5 litros, a recolherem água do mar a pelo menos um quilómetro de distância da costa, voltam para terra com 100 litros. 
O segundo passo consiste em levar os garrafões, mais uns tachos e uns fogões portáteis e/ou tradicionais, já irão perceber porquê, para um lugar ao ar livre, no meio do campo ou perto de um mato. Com a água dentro dos tachos estes ficam a ferver, a evaporar toda a água até restar sal marinho. O processo é demoroso, o que leva as pessoas a passarem o tempo em outras actividades de lazer ou a conversar com outros colegas. Quanto aos fogões tradicionais, que precisam de combustível para fazer fogo, há uma solução: limpeza de mato. Ramos de árvores podadas, erva seca, qualquer tipo de matéria vegetal retirada pelos bombeiros sapadores e outras organizações são aproveitadas para estes fogões. 100 litros de água é uma quantidade considerável de vapor para formar uma nuvem bem alto no céu, e se esta actividade é feita por vários grupos todos os dias, teríamos uma bela tempestade algures no interior, no meio do Verão.
Estes eventos seriam melhor aproveitados em dias com pouco ou nenhum vento (pois a chuva pode ir parar a um local que não seja o seu alvo), durante a Primavera e o primeiro mês do Verão; uma excelente actividade de fim-de-semana para famílias e amigos. Em locais como o estado da Califórnia, perpetuamente a sofrer com estes incêndios, estas actividades na costa oeste dos Estados Unidos podem salvar vidas, já para não falar na humidificação e fertilização da terra, o que faz os desertos recuarem um bocadinho. Se imensa gente contribuir para este evento, as pessoas ficam com as suas casas e campos a salvo, as florestas continuam verdes, os bombeiros têm o trabalho facilitado, as salinas tornam-se locais de interesse, e os voluntários recebem vários gramas de sal marinho delicioso de graça. Toda a gente ganha com esta ideia.

Comentários

  1. Por curiosidade: http://www.aol.co.uk/living/2017/02/07/salt-in-cereals-cut-by-half-but-sugar-levels-still-too-high/

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  2. Muitíssimo interessante. Obrigado!

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  3. http://www.economist.com/blogs/economist-explains/2017/01/economist-explains-17?fsrc=scn/li/te/bl/ed/whytheseaissalty

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