El unico fruto del Amor...




Decidi fazer um copy-paste de um pensamento que exprimi nas minhas notas pessoais faz hoje uma semana. Façam-me saber a vossa opinião/experiência/conhecimento caros Cohen. Um abraço

Volto a pensar nisto…

 As relações têm a capacidade de ser transformadoras. Talvez o problema em não encontrar esta particularidade riquíssima esteja na mágoa que surge diversas vezes com os rompimentos de confiança por quem julgávamos nosso aliado. A mente fica confusa com estes actos inesperados e, como é seu costume, retrai-se como método de defesa. 

 Essencialmente aprendemos e ensinamos à base de um sistema de domesticação, esquecendo-nos da verdadeira acepção da palavra ‘Educação’ que, essa sim, visa o aprendiz a criar e, consequentemente, a amar melhor.
A domesticação não. Esta concentra-se no seguinte: recompensar se o comportamento é o esperado, castigar se não é. E basta olhar para a forma de actuar dos pais, das escolas, do marketing, das entidades empregadoras e do entretenimento para percebermos que é assim que funcionamos de forma geral.

 As recompensas passam a surgir na mente como algo excessivamente desejado e, por outro lado, os castigos passam a causar um medo também ele exagerado. Daí a paranóia do Homem pela aceitação do outro: é do outro que vêm as recompensas! Sendo, assim, a não-aceitação signo de castigos: o mal maior do Homem actual. 

 Magoadas, por todos os 'castigos' de que sofreram ao longo da vida, as pessoas dão-se menos a relações profundas, ambicionando do outro apenas os frutos que permitem a validação da sua existência (que os aceitem, que lhes dêem prazer, que os valorizem, que sofram por eles).

 É, por um lado, a sensação de falta e, por outro, o medo da dor que faz com que o Homem se comporte assim, em busca de sensações fortes que compensem estas faltas e que permitam principalmente disfarçar as feridas emocionais que carregam, sem curá-las devido à falta de consciência de que elas existem. Cria-se assim uma auto-imagem engrandecedora, narcísica, egoísta e iludida… Forte no exterior, fraca nas estruturas. 

Um ser equilibrado liga menos a este sistema comportamental, a meu ver, doentio - seja porque quem o educou não o fez sob a dualidade castigo/recompensa, seja porque se redescobriu na curiosidade que tinha pela Humanidade e pela vida e, como tal, cresceu. Um ser equilibrado cria de forma integradora e não age com medo, porque não necessita do outro para se convencer de que a sua existência é válida. Ele precisa de si próprio para se amar e vê no outro uma forma de expressar o seu amor, servindo-o sem necessidade de o absorver. 

Andamos em busca do fruto do Amor, quando ele se encontra, finalmente, disponível todo o tempo.

13/03 

Comentários

  1. Não acho que genuinidade e ingenuidade sejam antónimos no senso comum, da forma como os comuns terrestres olham para ambos. Penso que ser ingénuos tem as suas vantagens e desvantagens. Um ingénuo é alguém que está pouco a par da sua envolvente, dos acontecimentos, das intençoes alheias, mas não quer dizer que o próprio nao saiba que é ingénuo. pode ser vantajoso no sentido em que tem menos preocupações, é mais inocente, e não tenha de lidar com os problemas mais profundos da vida. Mas será isso uma vantagem mesmo? cada um decidirá por si. Ser o contrário de ingénuo (a meu ver, é ser "lúcido"), põe-te numa posição com mais responsabilidade, mais difícil, tens o poder de escolher se usas o dom da lucidez para elevar o teu espírito e te tornar mais feliz, como podes ser derrubado por todos os acontecimentos que estás a par e te causa parar e tornar-se infeliz.

    Vejam os monges que praticam o asceticismo. Eles tornam-se altamente lucidos e com essa lucidez alcançam a paz interior e um espírito elevado. Outros casos, de seres altamente lucidos tornaram-se maníacos depressivos e não souberam controlar esse poder para se tornarem felizes.

    Conclusão: A ingenuinidade é a ausência de um poder maior. Sem esse poder, terás menos responsabilidades, menos em que reflectir. Ambos ingenuinidade e lucidez podem trazer felicidade ou infelicidade, depende da forma como a utilizados, consciente ou inconscientemente. É um tema complexo.

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    1. Este comentário está lindo, mas não se adequa ao post em questão. Ainda assim, não acha que a falta desse poder maior é tão pouco gratificante para o próprio como para os que o rodeiam? A partir do momento em que a ingenuidade é o caminho escolhido - por questões de facilitismo - então o mal passa a não ser conscientemente detectado. Mas então também o Bem! Sem uma noção clara e consciente daquilo que é bem e mal, nunca poderemos crescer em virtude.

      Como dizia um fadista que admiro, Ricardo Ribeiro de seu nome: "Prefiro gente bem intencionada e com mau feitio, que gente mal intencionada de bom feitio."

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    2. A ingenuidade pode também trazer desilusão, pois esperamos por coisas irreais. Um ser lúcido antevê os problemas e prepara-se para eles.

      Com a lucidez podes encontrar uma felicidade mais real. quanto que na ingenuinidade, estás numa felicidade ilusória. Porquê ilusória? é uma felicidade frágil, facilmente este sujeito ingénuo pode ter a sua felicidade destruida quando se desperta na realidade... uma felicidade lúcida é muito mais sólida.

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    3. Concordo consigo absolutamente caro jovem, sustita-me apenas a seguinte pergunta: não será perigoso olharmos para a felicidade como diferentes felicidades? Hoje fala-se muito disso: "A tua felicidade pode não ser a felicidade do outro", como se a Felicidade estivesse presente em algo com o qual temos uma relação e não em nós próprios.

      Fala, o caro Nuno, de uma Felicidade ilusória e de uma Felicidade lúcida. Mas faço-lhe a seguinte pergunta, mais concreta: Já alguma vez comeu um bife ilusório? Será que existe um bife ilusório? Se existir, será que o satisfaz, que o alimenta, que o nutre?

      Depois de fazer esta reflexão, julga que existe ainda uma Felicidade ilusória?

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Gostei muito deste post! Tirou este copy paste de onde?

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  4. Obrigado irmão. Copy paste de umas notas pessoais. Ou seja, da minha autoria :)

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