Sou solteira e sou feliz

Nem sempre é fácil estar solteiro. Há sempre um olhar julgador de alguém que não vê para além do relationship status, tens sempre um sentimento de culpa por não seres aquilo que os outros procuram, inveja de quem nunca está sozinho, medo de "ficares para tia".
Pois eu digo-te, sou solteira e sou feliz.
Passei muito tempo à procura de resposta para as perguntas mais cliché: "porque é que ele não gosta de mim?", "o que é que ela tem que eu não tenho?", "sou gorda, sou feia, sou burra?". O problema é que estas interrogações só me levaram a sítios onde ninguém devia chegar. Comecei a ter uma imagem de mim própria muito distorcida, deixei de me reconhecer porque tudo o que fazia era tentar agradar "aquele" rapaz, a minha auto-estima desceu quase irremediavelmente e tudo me parecia um beco sem saída, um buraco negro que me sugava para a infelicidade e do qual eu não sabia sair.
Deixei de acreditar que alguém poderia gostar verdadeiramente de mim e por isso nunca lutei por nada, deixei-me levar pelas emoções momentâneas e, relações sérias, nem vê-las.
Hoje sou feliz porque finalmente percebi a importância de não estar sempre com alguém. Agora sim começo a conhecer-me, a saber quem sou e não quem os outros querem que eu seja. Hoje sei que estar solteira não é o mesmo que estar sozinha, tenho a minha família e os meus amigos que gostam de mim por quem sou e, acima de tudo, sei que assim vou poder ser a pessoa que Deus quer que eu seja.
Desta forma serei a melhor pessoa possível para o meu futuro marido, para aquele que vai conhecer o melhor e o pior de mim, mas o melhor e o pior reais, sem influências exteriores.
Não me interpretem mal, as relações que vamos tendo ao longo da nossa vida são muito importantes, tanto as de amizade como as amorosas, são elas que nos fazem crescer. Mas é essencial sabermos viver por nós próprios, é essencial sermos felizes sozinhos para o podermos ser com o nosso marido e ele connosco.
Gostava de vos poder dizer que isto é possível sem a presença Deus na nossa vida, mas cada vez mais me apercebo que isso não é verdade. É Ele quem mais me ama e é Ele quem está sempre comigo. Mas isso fica para um próximo post.


Comentários

  1. Obrigada por este post! Tenho de ter mais confiança em mim, porque se eu não gostar de mim quem gostará?

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  2. Fui muito infeliz durante um longo período da minha adolescência por causa de um amor impossível. Recuperei quando entrei numa relação, mas que pouco durou e muito mal me fez. Ultrapassei esse desgosto com outro rapaz, mas com quem as coisas também não duraram muito.

    Comecei a questionar o que haveria de errado comigo. O porquê de ser sempre a pessoa que sofre nos relacionamentos.

    Percebi com o tempo que isso não era mau pois demonstrava paixão e disponibilidade para amar.

    Conheci mais rapazes. Apaixonei-me e desapaixonei-me. Namorei e acabei...

    Hoje estou sozinha e feliz. Mais, estou bem comigo própria. Sou uma rapariga confiante e forte. Construí uma casa dentro de mim. Se conhecer a minha alma gémea, conhecerei. Se não, continuo feliz dentro da minha pequena casinha.

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    1. Balelas. Todos queremos um parceiro. O homem não é uma estrela-do-mar. Não deixemos pois que as expectativas societárias de que não estarmos comprometidos é bizarro nos levem ao extremo de nos querermos afirmar como seres solitários e assexuados, convertidos ao anacoretismo.

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  3. Interpretas te mal! Não acho, claramente, que devamos ser seres solitários e assexuados, longe de mim pensar isso. Acredito sim que nos devemos conhecer bem a nós próprios para podermos ter uma relação saudável e que dure para a vida e para isso precisamos de saber lidar connosco, precisamos de saber viver por nós e não por ou como outra pessoa acha que devemos viver. Só assim seremos inteiramente verdadeiros e livres de forma a podermos ser felizes e fazer outro feliz!

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